“A travesti é uma ilha, cercada de violência por todos os lados”. Com essa frase, a militante Janaína Dutra resumiu a trajetória de visibilidade negativa das travestis em nossa sociedade. Com o objetivo de contribuir para a construção de uma imagem positiva da população trans, a Secretaria de Direitos Humanos de Fortaleza, em parceria com o Governo do Estado e entidades da sociedade civil, promove, entre os dias 25 e 30 de janeiro, atividades alusivas ao Dia Municipal das Travestis e Transexuais.
Serão realizados vídeo-debates em núcleos do ProJovem, intervenções nos pontos de trabalho e locais de concentração de travestis e transexuais. Informações sobre Direitos Humanos, prevenção a DSTs/Aids e sobre o Dia Municipal estão no foco dos debates. A programação também inclui visitas às unidades básicas de saúde com o objetivo de combater o preconceito e a discriminação no atendimento.
No dia 29, data celebrada em todo o Brasil como Dia da Visibilidade Trans, será promovido o seminário “Quem decide minha identidade sou eu?”, na Cidade da Criança/Parque da Liberdade, no Centro. O seminário tratará de temas como acesso à educação e trabalho, combate à transfobia (repulsa e violência contra travestis e transexuais) e sobre a importância da utilização do nome social das travestis e transexuais em locais como escolas e hospitais – uma das principais bandeiras do movimento trans.
Após o seminário, haverá performances de transformistas e transexuais, no sentido de valorizar a atividade desses profissionais como artistas. No dia 30, haverá apresentação do espetáculo “Cabaré da Dama”, de Silvério Pereira, vencedor do Prêmio Cultural LGBT do Ministério da Cultura. A apresentação ocorre dia 30, no Teatro José de Alencar. Travestis e transexuais te entrada franca (Veja programação completa abaixo)
As atividades do Dia Municipal das Travestis e Transexuais são promovidas pela Secretaria de Direitos Humanos de Fortaleza, através da Coordenadoria de Diversidade Sexual. São parceiros nas ações: mandato do vereador Acrísio Sena, diversos órgãos da Prefeitura, Governo do Estado e as seguintes entidades da sociedade civil: Associação de Travestis do Ceará (Atrac), Associação dos Docentes da Unifor, Casa de Andaluzia, Fundação Parque do Tapuio, Grupo de Resistência Asa Branca e Grupo Flor de Mandacaru.
A Homofobia em Números. Segundo o Grupo de Resistência Asa Branca (Grab), entre 1999 e 2006, 69 gays, lésbicas, travestis e transexuais no Ceará foram assassinados no Ceará. 55 desses crimes aconteceram somente em Fortaleza.
Cerca de 21,8% de jovens de Fortaleza entre 15 e 29 anos ainda consideram a homossexualidade um desvio de conduta e uma doença, segundo a pesquisa “Retratos da Fortaleza Jovem”.
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Glossário Trans
Transgênero Termo utilizado para designar pessoas que transitam pelos papéis socialmente estabelecidos como femininos e masculinos. Desta forma, pode ser empregado tanto para descrever transexuais quanto travestis, indistintamente, bem como pessoas com práticas heterossexuais, homossexuais ou bissexuais.
Transexual Indivíduo que não se reconhece no seu corpo biológico e tem a necessidade de fazer mudança genital através de tratamento e cirurgia. Uma/a transexual é aquele/a cujo sexo biológico não confere com sua identidade de gênero, isto é, o senso pessoal que o indivíduo possui de ser mulher ou homem. Desta forma, a cirurgia de redesignação sexual (popularmente conhecida como “troca de sexo”) e o processo de transição (terapia hormonal, alteração de identidade, cirurgias plásticas, etc) apresenta-se como quesitos inalienáveis da felicidade da/o transexual, harmonizando identidade, corpo e sexo.
Travestis Pessoas que apresentam sua identidade de gênero oposta ao sexo designado no nascimento, mas que não almeja se submeter à cirurgia de redesignação sexual (CRS).
Fonte: Cartilha do Seminário Cidadania Viva – Lesbianidades, Família e Sociedade.
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